domingo, 1 de maio de 2011

A HUMANIDADE ESTÁ PERDENDO A BATALHA CONTRA AS SUPERBACTÉRIAS

A incidência de infecções resistentes a drogas atingiu níveis sem precedentes e supera nossa capacidade atual de combatê-las com as drogas existentes, alertam especialistas europeus.
A cada ano, mais de 25 mil pessoas morrem na União Europeia em decorrência de infecções de bactérias que driblam até mesmo antibióticos recém-lançados.
Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), a situação chegou a um ponto crítico e é necessário um esforço conjunto urgente para produzir novos medicamentos.
Sem esse esforço, a humanidade pode ter que enfrentar um "cenário de pesadelo" global, de proliferação de infecções incuráveis, de acordo com a OMS.
Um exemplo é a superbactéria NDM-1, que saiu de Nova Délhi (Índia) e chegou ao Reino Unido em meados de 2010, trazida por britânicos que fizeram tratamentos médicos na Índia ou no Paquistão.
No Brasil, em outubro de 2010, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reforçou o controle sobre receitas médicas de antibióticos, na tentativa de conter o avanço da superbactéria KPC, que atacou principalmente em hospitais.
ÁGUA CONTAMINADA
A resistência das superbactérias a antibióticos mais fortes causa preocupação entre os especialistas.
Pesquisadores da Universidade de Cardiff, no País de Gales, que identificaram a NDM-1 no ano passado, dizem que as bactérias resistentes contaminaram reservatórios de água de Nova Délhi, o que significa que milhões de pessoas podem ter se tornado portadoras do micro-organismo.
O gene da NDM-1 foi encontrado em duas das amostras de água de torneira e em 51 das amostras de água do solo.
Isso se torna mais preocupante porque, segundo a equipe de Walsh, o gene se espalhou para bactérias que causam diarreia e cólera, doenças facilmente transmissíveis através de água contaminada.
Os cientistas pedem ação urgente das autoridades globais para atacar as novas variedades de bactérias e para prevenir epidemias globais.
A diretora regional da OMS para a Europa, Zsuzsanna Jakab, diz: "Os antibióticos são uma descoberta preciosa, mas não lhes damos valor. Os usamos em excesso e os usamos mal. Por isso, agora há superbactérias que não respondem a nenhuma droga."
"As pessoas precisam estar cientes de que, até que todos os países enfrentem [o problema das superbactérias], nenhum país por si só estará seguro", comenta ela ante o crescimento no número de viagens internacionais e de trocas comerciais no mundo.
Autoridades sanitárias britânicas dizem estar monitorando a NDM-1, que, segundo registros oficiais, já contaminou 70 pessoas no país.
Fonte: Folha.com - BBC Brasil

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