terça-feira, 4 de janeiro de 2011

DESMATAMENTO LEVA À DESCOBERTA E À EXTINÇÃO DE ESPÉCIES

ranitomeya_amazonica Na Amazônia peruana uma espécie de ave é descoberta ao ano e uma de mamífero a cada quatro, mas paradoxalmente cada nova descoberta faz parte de uma tragédia, pois ocorre devido ao desmatamento realizado por empresas de petróleo, mineradoras e madeireiras.  
Em muitos casos, a descoberta de uma nova espécie caminha lado a lado com o começo de sua extinção. "As descobertas de aves, mamíferos e outras espécies na maioria ocorrem devido não a uma pesquisa científica, que custa muito dinheiro, mas pela presença de empresas petroleiras, mineradoras e de corte de árvores", disse à AFP Michael Valqui, da ONG conservacionista WWF-Peru (Fundo Mundial para a Natureza). "Este tipo de descoberta põe em risco a espécie que se descobre, já que pode entrar em risco de extinção porque este lugar é seu único hábitat, devido ao clima ou bacia", acrescentou. 
Entre as novas espécies descobertas nos últimos cinco anos estão a rã 'Ranitomeya amazonica', com coloração de fogo na cabeça e patas azuis, o papagaio-de-testa-branca e o beija-flor-de-colar-púrpura. 
papagaio-xxxvi O Peru é o quarto país do mundo em extensão florestal, com 700 mil quilômetros quadrados de florestas tropicais amazônicas, que contribuem para reduzir o aquecimento global e abrigam grande biodiversidade. A região tem 25.000 espécies de plantas --10% do total mundial-- e é o segundo lugar do mundo com mais diversidade de aves, abrigando 1.800 espécies. Também ocupa o quinto lugar do mundo no que diz respeito à diversidade de mamíferos (515 espécies) e répteis (418 espécies). 
Ernesto Ráez, diretor do Centro para a Sustentabilidade Ambiental da Universidade Cayetano Heredia, de Lima, comenta: "O número de espécies que desaparece para sempre no mundo todos os dias é muito superior ao número de espécies que descobrimos todos os dias. Há espécies, em outras palavras, que desapareceram antes que as tenhamos conhecido." 0,,43022629,00 
Segundo os cientistas, a lagartixa de Lima, um animal de hábitos noturnos encontrado apenas em "huacas" (santuários arqueológicos) da capital peruana, está prestes a se extinguir, enquanto outras espécies já desapareceram, como o rato endêmico da "lomas" ou encostas (Calomys sp, um ratinho orelhudo). "Os arqueólogos, ao limpar as 'huacas' para sua restauração, destroem o habitat da lagartixa de apenas dois a três centímetros, com cor avermelhada, que vive nos recantos e locais escuros do local", disse Valqui, do WWF-Peru. 
Para Nicolás Quinte, biólogo guia do parque nacional do Manu, no Amazonas, deve-se promover "as atividades que não sejam claramente extrativistas, mas também produtivas e que sejam sustentáveis com o passar do tempo. Uma delas pode ser o turismo que usa a floresta sem destruí-la." Fonte: Folha.com

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